Cântico de Amor
(Inês de Castro/Chico Xavier)

Surgiu certo momento em que compus
Um cântico de amor, de vida e luz
Para louvor do rei que em sonhos eu revia
E foi tal minha alegria
A erguer-me o coração, precipete e suspenso,
Perante o soberano a quem pertenço
Que lembrei um poema
De beleza imortal
Que me brilhava na lembrança:

O rei me resguardava
Como se eu fosse uma criança
E através de seu hálito divino
Punha em meu coração humilde e pequenino
Um mundo tão formoso e tão perfeito
Que tive a idéia da felicidade
Ser a força do rei, palpitanto em meu peito.

Tendo lido o poema
Ao soberano amado,
Dono de minha vida,
Senti o coração triste e partido...

Teria acaso cometido
Uma falta ante o rei?
Seria desrespeito
Falar-lhe de um poema,
Em que havia sentido a grandeza suprema
De sua majestade,
Doando-me o endereço,
Ponto, numero e rumo da felicidade?

Tanta veneração guardo comigo
Pelo meu soberano, terno igo,
Que sofri ao pensar te-lo afastado
E orei rogando proteção...

Foi quando doce voz disse ao meu lado,
Uma voz de mentor sábio e profundo:
_ Sendo para o teu rei, só para ele,
Escreve os teus poemas....

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